Restaurante do Hotel

Aqui, todos os hospedes podem interagir, sendo eles paticipantes do torneio ou não, da mesma vila ou não. Varias mesas, adornadas com um par de cadeiras, enfeitam um salão onde também há um guichê para efetuar pagamentos. Garçons transitam pelas mesas constantemente, anotando cada pedido.

Descendo vagarosamente a escada que dava acesso o sofisticado restaurante pertenceremo ao Hotel que gentilmente fora cedido para o torneio entre os ninjas de Kiri e Oni.
Uma discreta visualizada na área e pronto, Tsu já sabia quem era quem, pelo menos quem era ninja e quem não era. O garoto ainda olhando para todos os lados sentava-se em uma cadeira alta localizada a frente de um balcão e pedia um salgado para se alimentar e um refrigerante, apenas para manter as energias. Após comer o velho Tsu foi caminha sobre as areias da praia.

“Isso é mesmo uma merda... nem dormir eu consigo...” Os seus pensamentos mostravam a angústia que sentia de ser o que era. Não conseguia dormir, pois simplesmente não precisava. Seu corpo não sentia a necessidade de descansar, ou até mesmo de se limpar. Apenas fazia isso para tentar se sentir mais como os humanos. Comer era a única cosia que se assemelhava; porém, até nisso, era diferente. Pessoas comiam todo o tipo de alimento que existisse no mundo, e ele apenas bebia sangue. Era a única coisa que o mantinha vivo, forte e poderoso. Ao mesmo tempo, era a única coisa que o fazia um monstro, alguém que precisava matar para viver. Matar para viver, uma lei da natureza, aplicada na relação dos animais. Humanos matavam bois, vacas e outros animais para comer. Ele matava humanos. Sangue de um animal não tem o mesmo gosto do de um humano, é diferente, mais fraco e sem graça. Caçar, ver o medo nos olhos da vitima antes de devorá-la... Ah, isso sim é bom! Pelo menos no seu estado de êxtase é, mas, como toda droga, no outro dia vem à ressaca. O arrependimento de ter feito aquilo, a culpa. Era um problema sem solução, pois até a morte não o queria. Foi obrigado a vagar nesse mundo por mais de 100 anos, e o tempo não o conseguiu levar. Quem sabe um dia, como shinobi, não conseguiria morrer?

Seus olhos estavam fixos no sol recém nascido. Ainda era cedo, mas não agüentava mais ter que ficar dentro daquele cômodo luxuoso. Para tentar se sentir melhor foi tomar o famoso banho. Não era necessário, mas ele gostava de não se sentir um monstro às vezes. Entrou debaixo daquela água gelada, que na verdade não afetava seu corpo. Não sentia a temperatura da água, mas gostava de fingir para si mesmo que ela estava quente ou fria. Ensaboou seu corpo inteiro, se concentrando ao máximo para sentir o sabão. Era incrível como coisas simples não surtiam efeito, mas armas e outros objetos o machucavam e ele conseguia sentir a dor. Talvez por esse motivo tenha cortado várias vezes o pulso, em busca de dor. Saiu do Box e se secou. O tempo parecia estar meio frio, então para se parecer mais com os outros, colocou um casaco preto, puxando o capuz, cobrindo parte de seu rosto. Era possível ver apenas seus olhos vermelhos e sua franja preta, que cobria toda sua testa. Sua calça jeans já estava ficando velha, mas ainda sim dava a elegância natural de seu ser, da sua raça. Quando já se sentia pronto, desceu para o restaurante do hotel.

Era um fato que não precisava e nem se sentia satisfeito com aquele tipo de comida, mas tinha que fazer isso para os outros não descobrirem o que ele era. Foi até o balcão e encarou o atendente, fazendo o pedido logo em seguida.

- Vou querer o seu melhor prato – Sua voz séria, grossa, passava sempre a impressão de ser uma pessoa rica e poderosa. O funcionário até abriu um sorriso quando chegou, pois achava que iria faturar. Estava errado. Não tinha um tustão no bolso. Procurou uma mesa e se sentou. Ninguém tinha estranhado sua presença, somente umas olhadas daqui e dali, mas nada de anormal. Isso era bom. Agora, enquanto esperava o pedido, podia observar os outros participantes e tentar descobrir com quem ele lutaria.

Estava com fome. Sentia sua barriga se contorcer, reclamando pelo longo período de jejum. Mas não era como se Steven não quisesse comer. Ele simplesmente não tinha dinheiro para isso. O garoto olhou ao redor do restaurante em que se encontrava, sorriu ao ver de longe um rapaz de estrutura mediana, porém com um corpo definido. Os cabelos do rapaz eram curtos, negros e lisos. A cor dos olhos o Zahai não conseguiu ver.
Infelizmente, teria de deixar a honra de lado e pedir um pouco da comida dele, pois o homem estava comendo um dos melhores pratos do restaurante do torneio! Não era possível, o cara devia realmente ter muito dinheiro.

Steven se aproximou lentamente com sua bengala. Seus olhos cintilavam de desejo, sua boca estava cheia de água só de desejar aquela maravilhosa comida. O garoto parou em frente à mesa do rapaz, que o olhou com a face mostrando curiosidade. O menor tomou fôlego:

- Eu estou... Sem dinheiro e... Bom... Ér... Poderia dividir o senhor comigo, um pouco dessa comida? E se o senhor tiver água também... - Cheque mate. Talvez o homem ficasse com pena de Steven e dividisse ou até lhe comprasse um próprio prato bom para ele. Até por que, o Zahai sabia que comida nunca se negava e muito menos água.

Sua barriga protestou denovo. A primeira vez não fora tão difícil, a segunda fora quase insuportável. E Steven sabia, pelo barulho que sua barriga e a cede, fazia com que ele teria que se alimentar, mais cedo ou mais tarde de sangue se não comesse algo naquele momento. O garoto nunca foi tão controlado quando se tratava de cede e sangue.



/n fico bom XD