Sushi da Motoko

Rapaz, mas que dia mais estranho. Aquela garota maluca realmente lhe havia causado uma grande impressão, gostava mesmo é das pessoas estranhas... Afinal, não davam gato por leve, simplesmente lhe disparavam a curiosidade. Andou mais um 'cado até que seu estômago começou a rugir ferozmente, não comera nada desde aquele Doraiyaki. Fechou o rosto e levou as mãos para trás da cabeça, entrelaçando os dedos. Uchiha Yagami, tinha certeza que tinha um compromisso com aquele rapaz, mas não lembrava-se exatamente o que era. Foda-se, decidira-se já há algumas horas que - da próxima vez que se encontrassem - pediria desculpas pelo ocorrido, realmente deveria pensar mais nas coisas antes de fazer o que lhe vinha à cabeça. Sentiu o cheiro acre do Wasabi recém preparado a cruzar o ar, seguido pelo cheiro atrativo de salmão frito e cheiro verde. Eh, realmente lhe seria bom meter algo pela goela abaixo.
Aproximou-se de um bando de barracas de toldo branco, Kanjis azuis e um movimento dos infernos. Pessoas riam, pessoas comiam, outros ainda conversavam pacatamente e mais outros tantos bêbados da vida cantavam, a plenos pulmões, fulgores à Kirigakure no sato. Um sorriso cruzou-lhe o rosto, gostava de toda aquela comoção calorosa e humana. Adiantou-se prontamente para o lado dos bêbados, foi bem recebido e cantou e dançou até que finalmente a fome deu no berro e as forças começaram a lhe faltar. Prontamente levou a mão ao bolso, ainda tinha dinheiro o suficiente para alguma coisa rápida e depois podia partir para casa, comer a comida da mãe - e é sempre a melhor comida, independente do que digam. Mergulhou por debaixo de um dos toldos, agarrando um dos bancos e acomodando-se na bancada de maneira a apoiar o queixo na mesma. Suava a frio e tinha o rosto pálido, sulcado por olheiras negras e profundas. Um velho-te aproximou-se, todo atencioso, com um sorriso simpático e olhos semi-serrados; usava um avental branco, marcado pelas frituras e molhos para além de uma rede a cobrir os ensebados cabelos. Já conhecia Hachiro de algum tempo e trouxe-lhe logo 2 copos de leite gelado, enxidos até a boca e cobertos com uma espuma que estrapolava os limites do copo. O pequeno Maeda não se fez de rogado, tratou logo de enxugar os dois copos à medida que recuperou momentâneamente suas forças.
- Ah, arigatô Ojee-San! Tava mesmo a precisar.
Apanhou o cardápio e já direcionou seus olhos aos pratos costumeiros. Levou a mão ao bolso e retirou uma carteira de couro de jacaré do pantâno - um presente de seu pai, o jacaré era um monstro de proporções épicas que habitava o país do pântano, um pequeno espólio de guerra - retirando do interior do objeto uma quantidade substâncial de dinheiro... Pelo menos para um garot de 6 anos de idade. Meteu o dinheiro na mesa, arrastando os Ryous na direção do cozinheiro e já lhe pedindo uma porção de Hot Rolls e ainda um Tempurá de Salmão com cheiro verde. Assim que o cozinheiro dirigiu-se aos seus afazeres - preparava a grelha e já apanhava o salmão para mergulhar no óleo préaquecido enquanto o seu ajudante começava a montar os Hot Rolls - Hachirou percebeu um outro rapaz que ali estava. Mas que raios, aquilo só podia ser piada... Estava ali ao seu lado o Uchiha com quem tivera um leve desentendimento - por irônia o motivo era comida - durante o período da manhã. Raios, não tinha de lutar com ele? CARALHO! ERA ISSO! Droga, agora provavelmente era visto como um covarde... Bah, foda-se, desde quando importava-se com a opinião dos outros?
- Yare, guarda teus pauzinhos para ti, acho que já aprendeste o que acontece com quem pega o que é meu.
Um olhar frio, essa foi toda a resposta que teve...
- Ah rapaz, ninguém mais tem humor nos tempos de hoje. Acho que começamos com o pé esquerdo. Meu nome é Maeda Hachiro.
Estendeu a mão na direção de Yagami. Se tivesse sorte não teria de o esfolar vivo, principalmente porque estava fraco; com a fome a dar o berro quem é que aguentava uma batalha, por mais fácil que fosse? E onde raio estava a sua comida? Naquele ritmo acabaria por se digerir por inteiro. Perdeu as forças no último minuto, deixando o braço amolecer e cair, e desabando com o queixo no balcão que rachou devido ao impacto da Satetsu no Yoroi.
- Gomen... EEHHHHH! OJEE-SAN! VAIS ME SERVIR AGORA OU VAIS ESPERAR O MUNDO PARAR DE GIRAR? PORQUE EU NÃO TOU A FICAR MAIS NOVO!